Horta e Compostagem

Como tantas outras pessoas, vivo num apartamento, onde não é muito fácil ter uma horta. Ter uns vasos com umas flores e com umas ervas aromáticas já me deixam contente.
Desde sempre me lembro de ir à aldeia do meu pai, em Trás-os-Montes, e trazer imensos legumes e frutas. Tinham um sabor único e inconfundível e impossível de encontrar nas cidades onde morei. Em jantares ou festas especiais, lá ia (e ainda vai) o meu pai buscar o que lá se produz tão bem.
A casa dos meus pais, no Porto, tem um jardim onde já se tentou, vezes sem conta, plantar relva mas sempre sem sucesso. Tem uma grande e antiga ameixoeira, arbustos e muitas flores. Quando há uns anos percebi que os meus pais tinham desistido de tentar que a relva resultasse, foi o momento de incentivar a plantação de alguns legumes e mais algumas árvores de fruta.

Tem sido fantástico. Conseguimos comer produtos da época sem qualquer produto químico adicionado. Nestes últimos tempos já nasceram abóboras (de várias variedades), cebolas, pimentos, malaguetas, beringelas, feijão verde, tomates, ervas aromáticas, para além de tangerinas, laranjas e limões que já se colhiam. Claro que a qualidade e sabor é muito superior aos comprados no supermercado.

 
O único produto usado na terra, para restituir os nutrientes em falta, porque se esgotam com as sucessivas plantações, é o composto proveniente da compostagem caseira dos resíduos orgânicos consumidos lá em casa. 
Na área do grande Porto, a empresa gestora dos resíduos urbanos oferece compostores aos moradores interessados desde que tenham casa com terreno. Não tem qualquer custo e o requisito para a sua obtenção é a frequência numa curta formação gratuita sobre compostagem.
Desde que foi colocado um compostor no jardim, sem grande esforço consegui que todos colaborassem na colocação dos resíduos orgânicos (restos de frutas e legumes, cascas de ovos, borras de café, etc) e na manutenção do compostor (mexer de vez em quando para misturar os resíduos, deitar água quando está muito seco e alternar as camadas de resíduos da cozinha com os resíduos secos do jardim (folhas secas, resultado de podas e corte de sebes, etc.).

Ao fim de uns meses já havia composto no fundo do compostor pronto a ser usado na terra, sempre que necessário. Resultado – menos lixo produzido, produção caseira de composto que enriquece o terreno e portanto também os produtos produzidos, sem qualquer custo. Para além disso, pode ser divertido fazer com que as crianças colaborem. Muitas vezes é o Manel que vai por os resíduos no compostor e já sabe o que se pode ou não lá colocar, começando assim desde cedo a desenvolver a sua consciência ambiental.

 

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