Babywearing – “Carrega-me Juntinho a Ti”

Babywearing

Dizem que com o 2º filho tudo é mais fácil. Já temos experiência e sabemos com o que contar. Confirmo, mas também é verdade que conseguimos antever mais facilmente os problemas que teremos com a chegada do novo membro da família. 
Uma das preocupações que tive e que tentei solucionar com a chegada da Mafalda foi a de andar com os 2 na rua, sem o pai. Pode parecer parvo porque quem conhece o Manel sabe que ele não é um insurrecto sem noção do perigo mas em locais com muita gente gosto de o ter perto de mim. Imaginava-me a andar com a Mafalda no carrinho e automaticamente ficava sem nenhuma mão livre para ele. Não sei se todos os carrinhos são assim mas o nosso, que já foi herdado e tem quase 10 anos, não anda em frente com uma só mão. Obrigá-lo a andar direitinho ao nosso lado também não era viável!
A primeira solução que pensamos foi colocar um patim no carrinho onde ele pudesse ficar de pé e ir à boleia mas quando vi os preços perdemos a vontade.
Já não sei muito bem nem onde nem quando, cruzei com alguém a carregar um bebé com um pano e achei lindo… essa podia ser a solução para os meus anseios (pelo menos para alguns!).
Quando o Manel ainda era bebé tentei usar um marsúpio e um pouch sling e não nos demos nada bem. Ele ao fim de 10 minutos só queria sair de lá e para mim também não era nada cómodo.

Babywearing
Depois de alguma pesquisa e procura por lojas físicas, para ver e experimentar os ditos panos, percebi que quase não existem. Entretanto encontrei uma loja online – Carregados de amor, em que a dona, a Gosia Krogulec, é uma consultora especializada em babywearing. Falei com ela e fui aconselhada a participar num workshop que ela ia promover em Braga. Nem hesitei, inscrevi-me e num sábado de manhã fomos os 3 mais a minha grande barriga!
Adorámos! Teve uma parte teórica onde se falou sobre os benefícios de carregarmos os nossos bebés, principalmente nos primeiros meses de vida (o chamado 4º trimestre), as questões ergonómicas com respeito pela posição das costas e anca dos bebés e uma parte prática onde nos foram mostrados vários tipos de porta bebés e algumas possíveis amarrações. 
Para além de ter sido muito útil, reforçou a ideia de usar um pano. O pai também experimentou e ficou convencido.
Babywearing
Nova investigação se seguiu e rapidamente percebi o vasto “mundo” que é o babywearing. Há grupos de facebook, blogs, canais de youtube, encontros e imensa gente interessada. 
Há diversos tipos de porta bebés: panos elásticos, semi-elásticos e não elásticos, ring sling, mei tai, mochilas ergonómicas e tantos outros.
Quanto às amarrações que se podem fazer com os panos, há tantas e com nomes tão estranhos que quase é preciso um curso (ou uma consulta especializada)!
Certo é que passado muito pouco tempo e ainda antes de a Mafalda ter nascido já tínhamos o nosso lindo e fofo Didymos. Só faltava mesmo ela nascer para o experimentarmos.
Ela entretanto nasceu e não tardou 2 semanas, já a carregava no pano. E que bem que ela lá ficava coladinha a mim. Adormecia sempre ao fim de 5 minutos e eu ficava com as mãos livres para cozinhar, arrumar, tratar do Manel e já agora, tratar de mim.
Fiquei fã. Comecei a carregá-la no pano para todo o lado onde ia. Ela, ao contrário do irmão não teve uma única cólica, raramente chora e quando é preciso dormir, basta entrapá-la e já está. Até o pai adora carregá-la e só não anda mais porque quero sempre carregá-la eu.
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Carregar um bebé colado a nós tem imensas vantagens físicas e emocionais, para além das mais práticas como o de não deixarmos de ir onde quer que seja só porque ela era recém nascida. Fazermos caminhadas ou ir à praia (terrenos não apropriados a carrinhos de bebé), ir buscar o Manel ao colégio sem toda a logística de montar o carrinho e todos a querem mexer no bebé até ir de férias ficou muito mais facilitado. Escusado será dizer que ela adora e é super confortável para quem carrega.
Mais tarde tive necessidade de comprar um pano mais fresco para o Verão, que fosse mais rápido a pôr e tirar e para usar em períodos curtos. Novamente falei com a Gosia e comprei uma ring sling Little frog. Este só para mim porque é mais curto e não serve ao pai. Não há um dia em que não o use. 
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Como em tudo o que é novo (e de novo o babywearing não tem nada, pois é uma prática ancestral) há sempre os comentários e olhares curiosos. Já deixei de contar a quantidade de pessoas que me abordou para saber onde comprei e se é confortável. 
Agora que o frio já chegou só penso em comprar uma capa para envolver a bebé, para não falar de outro pano (mais curto) e já agora que ninguém me ouve, um mei tai ou mochila ergonómica! Cuidado… é um vício! Há tantos modelos, tamanhos, marcas, composições de tecido, cores, texturas que há quem tenha colecções invejáveis. Também quero!!

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