Sensibilização Ambiental nas Escolas – Parte II – Um caso de sucesso numa Creche

Sensibilização Ambiental II - Creche
Dando continuidade ao artigo da semana passada (pode ser lido aqui), que deu início a esta série sobre a sensibilização ambiental nas escolas, hoje apresento-vos outro caso de sucesso, desta vez numa creche em Lisboa.

Alimentação mais consciente e saudável

Pessoalmente preocupo-me bastante com a alimentação, principalmente quando há crianças. Desde que fui mãe que a minha consciência alimentar tem vindo a crescer.
Quem segue o blog sabe que tive um enorme susto com o Manel, quando aos 6 meses experimentou uma papa de pacote e passados 20 minutos estávamos dentro numa ambulância a caminho do hospital, com ele todo inchado e vermelho, por conta de uma intolerância à proteína do leite de vaca, presente na papa.
Desde esse dia tive que ficar super alerta com tudo o que ele comia. Comecei a ler os rótulos dos alimentos e percebi o quão difícil era encontrar alimentos processados que não tivessem vestígios de leite.
Pesquisei muito, li e experimentei imensas receitas, frequentei workshops, desenvolvi os meus conhecimentos de macrobiótica a arranjei soluções deliciosas e muito mais saudáveis para ele (e para nós).
Hoje em dia, já sem qualquer tipo de intolerância ou alergia e evitando ter restrições ou proibições rígidas, tento que cá em casa se coma de forma bem saudável.  
Há pequenas coisas que podemos alterar na organização e rotina do dia a dia e que fazem toda a diferença na qualidade do que ingerimos. 
Podemos (e não custa assim tanto) fazer em casa, bolachas, iogurtes, pão, papas de cereais, entre tantas outras coisas. São muitíssimo mais saudáveis e excelentes para a nossa saúde e bem estar, já para não falar que diminuímos drasticamente os resíduos que produzimos pois nada vem embalado!

Um caso de sucesso numa creche

Após alguma pesquisa, com o objectivo de encontrar alguma instituição de ensino que fizesse os seu próprios iogurtes e desta forma reduzisse a quantidade de embalagens de plástico descartáveis que colocavam no lixo bem como proporcionasse às crianças uma alimentação mais natural e isenta de açúcares, espessantes, aromas artificiais e afins, entrei em contacto com a Ana Jervis, que a par com o Miguel Leal, são as pessoas que estão por trás da fantástica iogurteira natural, a YogurtNest, que eu tanto uso e adoro (podem ler o artigo que escrevi sobre esta iogurteira aqui) e questionei se tinha conhecimento de alguma instituição que o fizesse.
Prontamente e com a amabilidade que a caracteriza, apresentou-me à Inês Cancela, que foi a pioneira na introdução da YogurtNest numa escola, neste caso na Creche Paço de S. Francisco, em Lisboa.
A Inês, com imenso carinho e amor partilhou comigo como conseguiu fazer a alteração para os iogurtes caseiros na creche.
A sua principal motivação, para além da financeira, foi a preocupação com as crianças, reduzindo o açúcar mas proporcionando-lhes algo que não fosse um choque ao seu palato.
Conseguiu, com a maior mestria, adaptar os iogurtes às idades das crianças de uma forma muito inteligente:
  • sala de berçário – Aos bebés, quando autorizado pelos pais, dão iogurte simples só com 1 colherzinha de puré de fruta feita na escola
  • sala de 1 a 2 anos – Todas comem iogurte natural e puré de fruta feito na creche
  • sala de 2 a 3 anos –  Foi o maior desafio… pois não queriam dar com puré de fruta, pois eles iriam sentir-se iguais aos mais novos e iriam recusar, por acharem que era comida de bebé. Então adicionaram 1 fio de mel de flores comprado na Maria Granel e granola de frutos secos simples feita pela Inês

Contou-me que, como não podia deixar de acontecer, umas crianças adoram e devoram os iogurtes outras gostam menos mas que no geral todos aceitaram esta mudança muito bem. 
Tudo isso só foi possível porque tiverem o apoio dos pais que aprovaram e apreciaram a iniciativa. E o apoio incondicional da Directora Técnica, Célia Faustino que primeiro estranhou e hoje já entranhou a 200%

Com esta alteração conseguiram reduzir o desperdício alimentar, porque agora comem todo o iogurte que preparam, adaptando as quantidades a cada criança, e porque o fazem em frascos de vidro, diminuíram muito a quantidade de resíduos de plástico descartável que produziam, para além de reduzirem as idas ao supermercado evitando o gasto de gasóleo e de tempo bem como a diminuição do sentimento de culpa por estarem a dar tanto açúcar às crianças tão novas.

Adorei conhecer este projecto e a sua mentora Inês Cancela que foi super prestável, simpática, e sempre disponível para me ajudar. 
Um bem haja a pessoas como a Inês, a Ana e o Miguel, que são pessoas lindas, positivas e que querem ajudar o nosso Planeta!
Se quiserem conhecer um pouco mais a Inês, visitem as páginas de Facebook e Instagram dela, aqui e aqui

Fico na esperança que alguns de vocês tentem pôr em prática estas ideias nas escolas dos vossos filhos. A Mãe Natureza agradece 😉

Até breve!

4 comentários em “Sensibilização Ambiental nas Escolas – Parte II – Um caso de sucesso numa Creche”

  1. Olá! Queria só deixar um reparo, como mãe de um bebé com alergias também. Diz-se alergia à proteina do leite de vaca, já que intolerância é à lactose 🙂
    Aproveito para dar os parabéns pelo blog, que cada vez gosto mais de ler!

  2. Olá Catarina! Agradeço a correcção mas sabe o que é curioso é que quando ele saiu do hospital nesse dia, a médica que o acompanhou escreveu no livrinho dele IPLV. Eu como não sabia o que queria dizer pesquisei e depois perguntei à pediatra dele que me confirmou como sendo mesmo uma intolerância mas sinceramente não me debrucei muito sobre isso. Mas faz todo o sentido o que escreveu. Espero que o seu bebé melhore tal como aconteceu ao meu 😉
    Fico muito feliz que estar a gostar do blog. Se tiver sugestões para novos artigos serão bem aceites!!
    Bjinhos

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