A indústria têxtil, uma das mais poluidoras a nível mundial, evoluiu tanto nos últimos anos, que transformou a roupa em plástico descartável.
Fast Fashion – Roupa de plástico descartável
Já todos ouviram falar de Fast Food e dos seus malefícios, mas ainda se fala muito pouco da Fast Fashion e das suas consequências, que vão desde a falta de responsabilidade social e ética de quem produz a matéria prima e cria as peças de vestuário, passando pelas questões ambientais, que tantas vezes são ignoradas.
Cada vez mais encontramos roupa, a preços muitíssimo baixos, o que induz as pessoas a comprar mesmo quando não precisam, tornando-a praticamente descartável.
Quantos de vocês já comprou roupa, por impulso e nem sequer a chegou a usar ou usou-a apenas 1 ou 2 vezes?
Outro dos grandes problemas é que este tipo de roupa, muito barata, por norma não tem grande qualidade, muito menos grande durabilidade.
Quanto mais barata é, normalmente, mais sintéticos são os tecidos e mais facilmente se deformam, perdem cor, e deixam de ser confortáveis. Mas tendo em conta o que custou, muitos nem sequer se importam porque, sem grande esforço, podem comprar outra peça similar!
A relação da roupa com a dermatite atópica
Quando o meu filho tinha 5 meses, apareceram-lhe feridas espalhadas pelo corpo. Imediatamente procurei ajuda médica e percebi que ele tinha dermatite atópica, que é muito comum nos dias que correm.
Entre muitas outras resoluções que passaram pela alteração da minha alimentação (pois ainda estava a ser amamentado em exclusivo), ao uso de biocosmética, à utilização das nozes de saponária como detergente, outra das medidas que adoptei, por indicação do pediatra e do dermatologista, foi a de utilizar apenas roupas de 100% algodão, preferencialmente sem tingimentos.
Este foi um enorme desafio, o de conseguir este tipo de roupa para ele vestir, roupa para a cama, brinquedos e até roupa para mim, pois era bebé e estava muito ao meu colo.
Comecei a ler as etiquetas e a perceber a dificuldade que é arranjar roupa com fibras naturais e o seu custo.
Percebi então a dimensão do lugar que o plástico ocupa na indústria têxtil (e em tantas outras!) e dos problemas que isso pode trazer para a saúde da nossa pele e dos ecossistemas.
O drama dos Microplásticos
A presença de fibras sintéticas como o poliéster, o acrílico, o elastano, o nylon, etc., com origem no petróleo, torna as roupas que vestimos peças de plástico. Algum vestuário nem sequer tem algodão ou outras fibras naturais, sendo 100% sintético.
Um dos grandes problemas deste tipo de vestuário, é o da libertação de fibras sintéticas com dimensões muito reduzidas, designadas microfibras, para o meio ambiente. Estas não são mais do que um microplástico, como tantos outros que ouvimos falar mas com um enorme impacto, tal é a quantidade de roupa que é produzida mundialmente.
A sua libertação ocorre principalmente aquando da lavagem da roupa, principalmente se for lavada na máquina, enquanto é sacudida e centrifugada no tambor.
Estima-se que durante as lavagens as roupas libertem 1/2 milhão de toneladas de microplásticos para os oceanos, anualmente.
Segundo a IUCN (União Internacional da Conservação da Natureza), o plástico que se liberta das roupas e dos pneus, pela fricção com as estradas, é a maior fonte de poluição marinha e corresponde a 30% dos plásticos existentes nos oceanos. Em alguns países chega mesmo a superar a poluição causada pelos plásticos.
Quando os microplásticos se encontram em meio aquático, funcionam como agregadores de substâncias tóxicas, tais como BPA e PCB’s.
Podem afectar a nossa saúde pois ao entrarem na cadeia alimentar, acumulam-se no trato gastroentestinal, podendo alterar a resposta imunológica do intestino, bem como a de absorção de substâncias tóxicas pela corrente sanguínea.
Como minimizar o problema?
A resposta é simples mas a sua concretização pode ser complexa.
Evitem Fast Fashion, comprem roupa com fibras naturais, não comprem roupa que não precisam, optem por lavar a roupa a frio e sem excesso de detergentes, lavem menos vezes a roupa (quantas vezes exageramos nas lavagens) e usem um GuppyFriend para reter as microfibras sintéticas.
O GuppyFriend
O GuppyFriend é uma saco, onde a roupa é colocada, quando a queremos lavar na máquina e que para além de evitar que cerca de 85% das fibras se soltem, retém as que mesmo assim são libertadas durante a lavagem.
Evitamos assim que estas microfibras acabem nos rios e oceanos, pois devido à sua diminuta dimensão não conseguem ser filtradas nem pelos filtros das máquinas nem por os filtros das Estações de Tratamento de Águas Residuais.
Podes encontrar um na EcoLoja e juntar-te à revolução!